quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Dia da árvore

Convencionou-se que o dia 21 de setembro é o dia da árvore.  Dia reservado para pensarmos nelas, nas formas de protegê-las, cuidá-las.
Entre as atividades comemorativas do dia da árvore foi inventada a distribuição de mudas. Distribui-se fartamente desde mudas de aroeiras, goiabeiras, acácias e  ipês até cedro e pau brasil, nos  mais variados lugares como pedágios  nas rodovias,  postos de gasolina e  praças públicas. Doadas indiscriminadamente a quem quiser levar, como  brindes.
Virou moda. Em todos os eventos, para dar um cunho ambiental,  distribui-se mudas de arvores. Não precisa  ser  o dia da árvore, pode ser o da água, do meio ambiente ou outro qualquer. Alguém pensou no destino delas? Aposto quanto quiserem que morrem todas, ou a maior parte delas. imaginaram um jacarandá num apartamento de quarto e sala? Ou um abacateiro num vaso em  uma área de serviço?
Em tempos não muito passados, foi moda distribuir pintinhos recém nascidos, que às vezes eram coloridos, supostamente para agradar as crianças. Morriam todos esmagados pelo excesso de cuidados infantis. E os que sobreviviam aos carinhos iam acabar mesmo na panela.
Há tempos aprendi  num texto da Andréia Fanzeres, no site OECO, o quanto é difícil produzir as  mudas das árvores necessárias para reflorestar e  recompor as grandes áreas de nossa mata perdida.  Desde conseguir as sementes, que hojemenos arvores e as boas matrizes se concentram nos parques e reservas florestais, onde existe restrição à sua coleta. E há também a competição  com outras  utilizações das sementes como  a obtenção de essênciasóleos e a confecção de bijuterias. Existem estudos específicos quanto a este assunto de coleta de sementes. E é coisa séria.
E não basta a semente para se ter uma muda da árvore. Ela precisa ser plantada e tratada cuidadosamente, num ambiente propício,  para que possa germinar e crescer até estar pronta para ser transportada e transplantada. Viveiro de mudas também é assunto sério, e para quem entende.
 Alem do mais, todo este processo, desde a coleta da semente até a muda pronta,  custa muito dinheiro.
Sabemos da necessidade urgente de proteger as nascentes da água que bebemos  recompondo as florestas antes ali existentes.  Sem a vegetação, o solo não retém a água das chuvas, que carreia os sedimentos, que vão  assorear  os rios que acabam transbordando na enxurrada. Para é que as mudas devem irReflorestar os mananciais deve ser prioridade.
Não devemos permitir  que  mudas de árvores sejam desperdiçadas e mortas, como antigamente os pintos, em nome da comemoração de um dia qualquer, muito menos o dia delas!  Elas devem ser tratadas com  respeito, ter o direito de crescer e  transformar-se em árvores  que venham a produzir  suas próprias sementes
Proponho organizar uma Sociedade Protetora das Árvores. Não das adultas. Também de suas  sementes e mudas.

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A Guanabara é o ralo para onde escoam as águas das chuvas depois de lavar o chão de 16 municípios do seu entorno. Recebe a sujeira através dos rios que nascem límpidos nas serras e se transformam nos valões fedidos que conhecemos na baixada. Nela vão parar pneus, sofás, sapatos, sacos plásticos, tudo que se pode imaginar. Nosso grande desafio, mais do que limpá-la, é parar de sujá-la.

Mas as soluções existem e a Olimpíada de 2016 é uma grande oportunidade para nos unirmos e mostrarmos competência. Vamos fazer em quatro anos o que outros países levaram 50, como a recuperação do Rio Tâmisa, na Inglaterra, ou da Baía de Tóquio, no Japão. Precisamos dar destino ambientalmente correto ao lixo e aos esgotos domésticos de quase 10 milhões de pessoas. E estes, são assuntos nossos e de nossos governos.

Dos 16 municípios, três registram IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) comparável aos dos países com alto desenvolvimento humano. Outros, entretanto, situam-se entre os últimos dos 91 municípios do Estado do Rio de Janeiro. Na distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgotos sanitários, as disparidades não são menores. Quanto ao lixo, muito ainda precisa ser feito. Está na hora de implantarmos a coleta seletiva na origem – nas nossas casas. E de aprendermos a produzir menos lixo.

Não podemos deixar a responsabilidade desta missão só para o governo, que já anuncia investimentos na área. Na Guanabara, estão portos, aeroportos, estaleiros, refinarias e terminais de petróleo e gás, instalações militares e nela se realizam a pesca, a aquicultura, o transporte de passageiros, atividades turísticas, esportes como a vela e a recreação nas praias que necessitam de uma governança. Os representantes de todos estes interesses, como cidadãos, querem e merecem participar desta virada olímpica.