Isabel Swan dispara: 'Estrangeiros ficam com nojo de competir na Baía de Guanabara'
RIO
- Realmente, precisa haver uma atitude do Governo Federal e dos políticos do Rio de Janeiro. A Baía de Guanabara precisa ser limpa. Tem dias em que é, praticamente, impraticável. Muitas vezes, temos que velejar olhando para o leme, para a bolina do barco, para que sacos plásticos não fiquem grudados. E ainda temos que nos preocupar em desviar de tocos de madeira ou até de lixo - afirma, em entrevista exclusiva ao ahe!.
O Governo do Estado prometeu, para agosto ou setembro, cumprir a meta de despoluir cerca de 80% das águas da Baía de Guanabara. Apesar disso, Swan cobra mais atitude dos políticos. Ela lembra que, em Pequim, havia uma proliferação de algas no local das competições de vela. Com o bom trabalho realizado pelas autoridades locais, o problema desapareceu durante o evento.
- Após os dias de chuva, fica ainda mais complicado. É muita sujeira boiando. A paisagem é maravilhosa, mas as condições para os atletas precisam melhorar. Isso vai ficar como um legado para o Rio de Janeiro - disse a carioca de 29 anos.
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A presença de 15 atletas estrangeiros na disputa da Semana Brasileira de Vela expôs, ainda mais, as fragilidades do local. Diante disso, Swan voltou a chamar a atenção para o fato de que velejadores podem perder uma medalha por questões alheias aos seus desempenhos.
- Fica complicado pensar que alguém esteja vencendo uma regata e um saco plástico atrapalhe o resultado final. Perder uma competição por causa da poluição e não do desempenho seria uma marca negativa muito grande para o evento e para o Rio de Janeiro.
Uma contaminação devido ao contato direto com a água da Baía de Guanabara não foi descartada por Isabel Swan. No entanto, a velejadora brincou com a situação.
- Acho que eu já até desenvolvi anticorpos, por velejar todos os dias na Baía de Guanabara. Mas, os estrangeiros estranham. É muita sujeira que fica totalmente visível. Então, eles (estrangeiros) reclamam sim! A água é marrom e os atletas ficam com nojo de competir no local - finalizou a atual parceira de Renata Decnop na classe 470.
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