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A Baía Olímpica
A Baía de Guanabara precisa da ajuda de todos. E a hora é essa!
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
A TV NO "STAND UP"
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Por que os rios das grandes cidades são tão sujos?
Por Stela Goldenstein
Um emaranhado de problemas técnicos, institucionais, jurídicos e culturais determinam a má qualidade das águas dos rios e córregos de nossas grandes cidades. Dados oficiais indicam que nas 100 maiores cidades do país, somente 36,28% do esgoto gerado é tratado.
As dificuldades não estão apenas no campo da engenharia sanitária e comento aqui algumas delas. Nossas águas urbanas, hoje muito degradadas, demandam avanços na gestão pública, ações integradas entre as esferas de governo e entre as políticas setoriais que incidem no território. As competências e responsabilidades sobre as águas são compartilhadas entre diferentes esferas e órgãos, mas o limite administrativo dos municípios não é uma boa base para entendermos os problemas que afligem os rios urbanos. As águas atravessam fronteiras levando consigo os problemas, de tal forma que a revitalização das águas de uma bacia hidrográfica deve ser discutida e assumida pelos municípios cujos territórios determinam a realidade de cada rio urbano. Está aí uma primeira explicação para tanta dificuldade em estabelecer estratégias eficazes para estes rios: no Brasil, a gestão metropolitana é frágil, carece de boa base jurídica, institucional e política que leve os municípios a enfrentar juntos suas mazelas e potencialidades. Mesmo sabedores de que os problemas das águas não se esgotam em seus limites, têm dificuldades em estruturar sistemas intermunicipais de gestão.
Disputas políticas e o desequilíbrio entre as cidades trazem grandes dificuldades para formação de consensos
Nossa Constituição é omissa quanto às regiões metropolitanas e, oferecendo ampla autonomia municipal, dificulta decisões e investimentos de interesse comum. As disputas políticas e o desequilíbrio entre as cidades de cada região metropolitana trazem grandes dificuldades para formação de consensos sucessivos. Alguns acordos exigem arbitramento para subsídios cruzados e o financiamento diferenciado entre segmentos do território, o que não facilita. Assim é que as metrópoles perdem funcionalidade e competividade com seus passivos ambientais e má qualidade de vida.
Outro desafio é a articulação das políticas setoriais que colidem, conflitam e deixam de criar sinergias. Não há bom equacionamento para as águas, esgotos, resíduos, drenagem, habitação e paisagem, se pensados isoladamente. Mas pensados na sua intersecção, têm belas soluções. As políticas de habitação, por exemplo, interferem diretamente na qualidade das águas: parcela significativa da população ocupa territórios sem infraestrutura, com perda de mananciais, assoreamento de rios e grandes dificuldades para instalar as redes de coleta de esgoto.
Também a drenagem urbana é gerenciada sem qualquer atenção às oportunidades de melhoria da qualidade das águas. É preciso ter água em abundância nas cidades, inclusive para que exerçam funções de autodepuração, afastamento e diluição da poluição. Mas, desde sempre, nossas cidades cuidaram de afastar as águas rapidamente, preferindo canalizações subterrâneas, seja para criar espaços edificáveis, seja para esconder os dejetos que levam.
Em São Paulo, por exemplo, a poluição é lançada em rios com muito pouca água. Isso pode surpreender os que se vêm às voltas com a sensação de risco de inundações e enchentes, mas o fato é que, na região de São Paulo, convivemos apenas cerca de 20 dias por ano com situações de muita água. No resto do ano, não temos água para diluir nossa poluição. Para termos mais água e não termos inundações será preciso grandes intervenções na paisagem urbana, recriando a permeabilidade dos solos e retendo água nos lugares mais altos.
São claras as responsabilidades sobre as políticas associadas a serviços, como lixo e saneamento. Mas políticas de recuperação de rios e mananciais não tem endereçamento ou responsabilização pública e orçamentária definidos. Os rios urbanos só serão revitalizados se alcançarmos acordos sistemáticos entre as empresas de saneamento e as esferas estaduais e municipais responsáveis por outras políticas urbanas, criando programas audaciosos e abrangentes de compromissos associados.
Um bom exemplo são as águas da bacia do Rio Pinheiros, envolvendo os municípios de São Paulo, Embu e Taboão da Serra. É uma das regiões com melhor padrão de urbanização no Brasil e, no entanto, as águas do Pinheiros e dos seus afluentes são muito poluídas. Nos córregos escondidos sob o asfalto há pequenos trechos já menos poluídos, prova do muito que é possível fazer.
Os dados da Cetesb indicam que a origem desta poluição é fundamentalmente o esgoto lançado sem tratamento. Mas não é desprezível a poluição oriunda da má varrição de rua, lixo não recolhido, entulho, poluição do ar que se deposita, vazamentos ocasionais e o que mais seja.
Por que, com tantos investimentos já realizados, ainda lançamos esgoto nas águas? Parte da resposta provavelmente será encontrada na década de 70, quando se optou pela implantação de grandes estações de tratamento de esgoto, afastadas da cidade. Concluídos estes investimentos de porte, nenhum esgoto era tratado e outros investimentos de fôlego ainda eram necessários para levar o esgoto até lá... É muito frágil a conexão entre as empresas ou autarquias de saneamento e as questões ambientais, do território e mesmo da gestão das águas. Historicamente, as nossas empresas de saneamento não têm compromissos, não assumem metas de qualidade das águas dos rios e sua equação financeira não inclui as duas pontas da cadeia produtiva da água nas cidades: a proteção dos mananciais e o tratamento do esgoto. Esta realidade está consolidada a ponto de, curiosamente, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ter considerado, ao analisar ação que solicitava reembolso pelo pagamento efetuado a serviços não prestados, que é legal cobrança de tarifa de tratamento do esgoto coletado, mesmo que não haja tratamento do esgoto e sim o seu despejo em um corpo d'água.
Stela Goldenstein é diretora executiva da Associação Aguas Claras do Rio Pinheiros. Foi secretária estadual do Meio Ambiente na gestão Mário Covas, secretária municipal na gestão Marta Suplicy, assessora do prefeito e depois governador José Serra.
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sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Óleo na Baía!
segunda-feira, 11 de março de 2013
Leilão será realizado para a retirada de embarcações da Baía de Guanabara
- De 53 mapeadas, apenas 10 carcaças abandonadas foram removidas
- VÍDEO Embarcações abandonadas
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/niteroi/leilao-sera-realizado-para-retirada-de-embarcacoes-da-baia-de-guanabara-7720644#ixzz2NEy0sMDT
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sábado, 9 de março de 2013
Isabel Swan dispara: 'Estrangeiros ficam com nojo de competir na Baía de Guanabara'
RIO
- Realmente, precisa haver uma atitude do Governo Federal e dos políticos do Rio de Janeiro. A Baía de Guanabara precisa ser limpa. Tem dias em que é, praticamente, impraticável. Muitas vezes, temos que velejar olhando para o leme, para a bolina do barco, para que sacos plásticos não fiquem grudados. E ainda temos que nos preocupar em desviar de tocos de madeira ou até de lixo - afirma, em entrevista exclusiva ao ahe!.
O Governo do Estado prometeu, para agosto ou setembro, cumprir a meta de despoluir cerca de 80% das águas da Baía de Guanabara. Apesar disso, Swan cobra mais atitude dos políticos. Ela lembra que, em Pequim, havia uma proliferação de algas no local das competições de vela. Com o bom trabalho realizado pelas autoridades locais, o problema desapareceu durante o evento.
- Após os dias de chuva, fica ainda mais complicado. É muita sujeira boiando. A paisagem é maravilhosa, mas as condições para os atletas precisam melhorar. Isso vai ficar como um legado para o Rio de Janeiro - disse a carioca de 29 anos.
Veja mais: Atletas do Time Nissan se emocionam ao pisar em terreno da Vila Olímpica
A presença de 15 atletas estrangeiros na disputa da Semana Brasileira de Vela expôs, ainda mais, as fragilidades do local. Diante disso, Swan voltou a chamar a atenção para o fato de que velejadores podem perder uma medalha por questões alheias aos seus desempenhos.
- Fica complicado pensar que alguém esteja vencendo uma regata e um saco plástico atrapalhe o resultado final. Perder uma competição por causa da poluição e não do desempenho seria uma marca negativa muito grande para o evento e para o Rio de Janeiro.
Uma contaminação devido ao contato direto com a água da Baía de Guanabara não foi descartada por Isabel Swan. No entanto, a velejadora brincou com a situação.
- Acho que eu já até desenvolvi anticorpos, por velejar todos os dias na Baía de Guanabara. Mas, os estrangeiros estranham. É muita sujeira que fica totalmente visível. Então, eles (estrangeiros) reclamam sim! A água é marrom e os atletas ficam com nojo de competir no local - finalizou a atual parceira de Renata Decnop na classe 470.
Veja mais: Semana Brasileira no RJ define os campeões da primeira seletiva olímpica
quinta-feira, 7 de março de 2013
Rios de óleo da Baixada Fluminense pioram a situação da já poluída Baía de Guanabara
- Pelo menos 400 pessoas em Caxias estão sujeitas a intoxicação química
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/rios-de-oleo-da-baixada-fluminense-pioram-situacao-da-ja-poluida-baia-de-guanabara-7684626#ixzz2MrLGXqFQ
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Peixes nas barcas de Niterói encantam passageiros
Animais aparecem na Baía de Guanabara e encantam usuários da empresa de transporte aquaviário
A Guanabara é o ralo para onde escoam as águas das chuvas depois de lavar o chão de 16 municípios do seu entorno. Recebe a sujeira através dos rios que nascem límpidos nas serras e se transformam nos valões fedidos que conhecemos na baixada. Nela vão parar pneus, sofás, sapatos, sacos plásticos, tudo que se pode imaginar. Nosso grande desafio, mais do que limpá-la, é parar de sujá-la.
Mas as soluções existem e a Olimpíada de 2016 é uma grande oportunidade para nos unirmos e mostrarmos competência. Vamos fazer em quatro anos o que outros países levaram 50, como a recuperação do Rio Tâmisa, na Inglaterra, ou da Baía de Tóquio, no Japão. Precisamos dar destino ambientalmente correto ao lixo e aos esgotos domésticos de quase 10 milhões de pessoas. E estes, são assuntos nossos e de nossos governos.
Dos 16 municípios, três registram IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) comparável aos dos países com alto desenvolvimento humano. Outros, entretanto, situam-se entre os últimos dos 91 municípios do Estado do Rio de Janeiro. Na distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgotos sanitários, as disparidades não são menores. Quanto ao lixo, muito ainda precisa ser feito. Está na hora de implantarmos a coleta seletiva na origem – nas nossas casas. E de aprendermos a produzir menos lixo.
Não podemos deixar a responsabilidade desta missão só para o governo, que já anuncia investimentos na área. Na Guanabara, estão portos, aeroportos, estaleiros, refinarias e terminais de petróleo e gás, instalações militares e nela se realizam a pesca, a aquicultura, o transporte de passageiros, atividades turísticas, esportes como a vela e a recreação nas praias que necessitam de uma governança. Os representantes de todos estes interesses, como cidadãos, querem e merecem participar desta virada olímpica.